Mas...
O preto se fez branco, mas um branco morto, que se tornou, mais uma vez, em cinza. E veio o vento e levou o cinza, e o trouxe de volta e o levou novamente.
E assim voltamos ao ponto de partida. Seguimos para o Leste, para o Oeste, mudamos de rumo para o Norte e para o Sul e cá estamos novamente.
Um volta em círculos, como toda discussão e todo pensamento e toda filosofia. Sem parágrafo, ou vírgula, ou ponto final. Muito menos reticências. Acaba assim, sem mais nem menos, sem um nem outro, sem preto, branco ou cinza, com o vento somente.
E essa rosa dos ventos que seguimos, jogo-a fora. E quando ela é lançada ao ar pelas minhas mãos, vejo que a rosa dos ventos não é rosa, é vento. E então ela voa e vai e some, como todo vento, como toda filosofia, como todo pensamento, como toda discussão. Como o homem, que é vento, que voa, que cai, que se levanta, que vai, que volta, que morre e que, por fim, some. E assim acaba, com o vento. Somente o vento.
Então, adeus leitor, que agora vou como devo ir: Voando.
domingo, 2 de novembro de 2008
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4 comentários:
que profundo.. e complicado, mas sutil e inteligente...
dificil escrever algo com tantas caracteristicas contrarias, parabéns.
texto complexo, mas com muito significado..
muito bom
abraçaoo
seus textos em prosa são muito bons. faço votos para que persista.
;)
um abraço!
é que o vento não segue trajetórias unidirecionais.
ele descompassa. faz a curva. leva e traz. e com ele, vêm de volta discussões, pensamentos e filosofias, mas com ares, cores e cheiros modificados.
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