O tempo nasceu: invenção do homem, que se sujeitou a ele e se tornou escravo de uma idéia medíocre. Capitalista tirano, o tempo reinou. Mas não mais.
Digo-te, leitor, não sou ninguém, não vim de lugar nenhum e não vivi em tempo algum. Mas nasci, assim como o tempo, medíocre.
Recebi educação, cresci, e a vida me ergueu e me derrubou a fim de voltar a me erguer e derrubar. Fui moído e espalhado como areia, e agora escrevo. E devo confessar que escrevo como vivo: mediocremente.
No entanto, os fatos que narrarei são livres de tal mediocridade. Livres do tempo e livres de mim, pois são eternos. São pequenos retratos cotidianos conservados pela memória e pela repetição tediosa do nosso bom e velho amigo: o maldito e medíocre tempo.
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